(ou como a contemporaneidade "ama" a humanidade e odeia o seu semelhante).
A binariedade como proposição lógica é uma das mais antigas (e opacas) tradições filosóficas. Em Da Interpretação, Aristóteles postula o que ficou conhecido como princípio da não-contradição, ou seja, em um confronto de proposições contraditórias (em que uma anula a outra), uma destas é obrigatoriamente verdadeira e, obviamente, a outra é falsa. Não há possibilidade, segundo Aristóteles, de algo ser e não ser, simultaneamente. Salvo quando vista sob à luz de algum tipo de ambiguidade característica. Contudo, com o avanço do curso histórico, essa noção aristotélica se perverteu em uma bivalência um tanto quanto estúpida.
Quando se estabelece um tipo de discussão analítica sobre algum tema, é instintivo que se imaginem proposições adversas de perspectiva. Contudo, a natureza intrínseca do processo analítico é composto de diversas nuances que alternam, invariavelmente, a essência do assunto discutido. Tentar promover um valor-verdade baseado apenas na anulação da adversa, apenas anula a característica profunda de toda investigação filosófica: o questionamento, puro e simplesmente.
Tendo dito isto, trato como algo um tanto quanto surreal a aplicação dessa mesma lógica em um espectro de amplitude maior. A discrepância do confronto de ideias opostas com relação ao confronto de situações, sociais e econômicas, é abismante. Sendo assim, merecedoras de um tratamento mais profícuo. É por isso que, nos tempos cotidianos, a relação feita entre os fatores exclusivos de um determinado indivíduo serem determinantes para um outro, me aparenta ser, no mínimo, um tanto questionável. A ideia de que o motivo de um indivíduo ser pobre é, necessariamente, consequência imanente da ação de um outro indivíduo que se favoreceu disto é, no mínimo, de validade questionável.
Partindo desse princípio, poderíamos também dizer que uma pessoa só é feia pela outra ser bonita. Ou que uma só é gorda, pela outra ser magra. Que uma é triste, pela outra ser feliz. Toda essa noção de que os fatores (ou atributos) de um indivíduo estejam externos à ele é, na sua essência, um completo menosprezo às preferências (e consequências naturais) do indivíduo. Mais uma vez, a delegação das responsabilidades fornece uma visão de mundo em que as pessoas não são mais conscientes de suas vidas e vivem, de forma alucinógena, em um lugar de fantasia.
Fruto de um constructo ideológico arregimentado durante os anos, toda essa noção irrefreável de interferência perante à existência do outro é, profundamente, ligada ao conceito esquizofrênico de igualdade que permeia boa parte dos discursos dos social justice warriors. De raiz um tanto quanto autoritária, tal assertiva é trazida ao debate público a fim de justificar um tipo de expropriação econômica dos indivíduos que teria o objetivo de quitar uma "dívida histórica".
Logo de cara, podemos ver como tal justificativa é um tanto quanto controversa, pois para isso seria necessário destruir toda a liberdade de uma sociedade livre. O jornalista e autor indiano Dinesh D'Souza, em uma palestra na Amherst College, apontou a hipocrisia dessa concepção, mostrando que tentar advogar uma compreensão dessas em um espectro que abranja toda uma sociedade, é simplesmente torpe. Todo tipo de caridade (ou ajuda) aos mais necessitados, se forçada, deixa de perder a sua razão moral e passa a ser, no seu cerne, uma perversão autoritária de comportamento.
O mais curioso nisso tudo é que estes se tornam muito confortáveis em suas posições hipócritas de seres bondosos, mas na prática só o que fazem é proliferar os seus discursos. Como bem conceituou Bastiat, em seu livro A Lei, a espoliação legal tem raízes profundas na falsa filantropia. É muito fácil se advogar por uma "justiça social" paga pelos outros, quanto não se está disposto a fazer algo por si próprio para que o problema seja solucionado. É por isso que, invariavelmente, tais posturas mostram suas verdadeiras faces e como pouco se importam realmente com os seus semelhantes, pois só o que querem mesmo é aparentar um "amor" (totalmente falso) à humanidade.
Quando se estabelece um tipo de discussão analítica sobre algum tema, é instintivo que se imaginem proposições adversas de perspectiva. Contudo, a natureza intrínseca do processo analítico é composto de diversas nuances que alternam, invariavelmente, a essência do assunto discutido. Tentar promover um valor-verdade baseado apenas na anulação da adversa, apenas anula a característica profunda de toda investigação filosófica: o questionamento, puro e simplesmente.
Tendo dito isto, trato como algo um tanto quanto surreal a aplicação dessa mesma lógica em um espectro de amplitude maior. A discrepância do confronto de ideias opostas com relação ao confronto de situações, sociais e econômicas, é abismante. Sendo assim, merecedoras de um tratamento mais profícuo. É por isso que, nos tempos cotidianos, a relação feita entre os fatores exclusivos de um determinado indivíduo serem determinantes para um outro, me aparenta ser, no mínimo, um tanto questionável. A ideia de que o motivo de um indivíduo ser pobre é, necessariamente, consequência imanente da ação de um outro indivíduo que se favoreceu disto é, no mínimo, de validade questionável.
Partindo desse princípio, poderíamos também dizer que uma pessoa só é feia pela outra ser bonita. Ou que uma só é gorda, pela outra ser magra. Que uma é triste, pela outra ser feliz. Toda essa noção de que os fatores (ou atributos) de um indivíduo estejam externos à ele é, na sua essência, um completo menosprezo às preferências (e consequências naturais) do indivíduo. Mais uma vez, a delegação das responsabilidades fornece uma visão de mundo em que as pessoas não são mais conscientes de suas vidas e vivem, de forma alucinógena, em um lugar de fantasia.
"Dr. Jekyll and Mr. Hyde" (John S. Robertson, 1920). |
Logo de cara, podemos ver como tal justificativa é um tanto quanto controversa, pois para isso seria necessário destruir toda a liberdade de uma sociedade livre. O jornalista e autor indiano Dinesh D'Souza, em uma palestra na Amherst College, apontou a hipocrisia dessa concepção, mostrando que tentar advogar uma compreensão dessas em um espectro que abranja toda uma sociedade, é simplesmente torpe. Todo tipo de caridade (ou ajuda) aos mais necessitados, se forçada, deixa de perder a sua razão moral e passa a ser, no seu cerne, uma perversão autoritária de comportamento.
O mais curioso nisso tudo é que estes se tornam muito confortáveis em suas posições hipócritas de seres bondosos, mas na prática só o que fazem é proliferar os seus discursos. Como bem conceituou Bastiat, em seu livro A Lei, a espoliação legal tem raízes profundas na falsa filantropia. É muito fácil se advogar por uma "justiça social" paga pelos outros, quanto não se está disposto a fazer algo por si próprio para que o problema seja solucionado. É por isso que, invariavelmente, tais posturas mostram suas verdadeiras faces e como pouco se importam realmente com os seus semelhantes, pois só o que querem mesmo é aparentar um "amor" (totalmente falso) à humanidade.
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