Capa de Vile. |
Lendo a primeira edição de Thriller Night (que você pode encontrar aqui), percebi que escolhi um filme muito "pesado" para servir de estreia para este quadro. Sendo assim, optei por um filme mais "leve" para amenizar um pouco o ambiente.
Vile é um daqueles filmes que dividem opiniões. Quem gosta de Jogos Mortais, provavelmente também gostará de Vile. Quem não gostar deste primeiro, provavelmente odiará esse filme. Mas, afinal, seria esse filme apenas uma película com um enredo "repaginado" de filmes como Jogos Mortais e O Albergue? É o que veremos...
Apesar da tradução do título: "Vile", significar vil, penso eu que o melhor adjetivo para descrever esse filme seja angustiante, pois é essa a sensação que se tem desde o princípio até o desfecho. Mas mesmo com as cenas de tortura e mutilações constantes em praticamente todo o filme, o enredo levanta questões (de forma discreta, mas o faz) que valem a pena serem refletidas.
Enredo: Após serem capturados, um grupo de 9 pessoas se encontra preso dentro de uma casa desconhecida, onde uma mulher em um vídeo lhes explica que o dispositivo colocado em suas costas servirá como um tipo de medidor para a missão que lhes será dada. Eles devem infligir, uns aos outros, a sensação de dor, para que assim possam coletar os químicos necessários, sendo estes possíveis de coletar apenas pelo ocasionamento da dor. Para completar a missão, eles devem alcançar 100% numa tela instalada no local. Eles terão vinte e duas horas para completar essa tarefa.
Durante boa parte das cenas, somos apresentados a um tipo de embate moral alimentado pelo jogo psicológico (e, logicamente, físico) no qual os personagens são colocados. A cada sessão de tortura infligida aos personagens, a tensão e a violência inerente ao instinto de sobrevivência começam a aflorar. É chegado o momento em que um dos personagens propõe que alguém em específico seja violentado com maior intensidade, para que, assim, as demais pessoas não tenham que sofrer em demasia.
O instinto de sobrevivência se manifesta como uma manobra rumo a uma imagem caótica de mundo, onde os valores morais são descartados e tudo o que prevalece é o egoísmo humano. Este que se torna, a cada dia, uma característica mais presente na humanidade. É como se o interesse pessoal - o famigerado egocentrismo - se sobrepusesse a qualquer virtude que a união possa manifestar. Nos imagine com amplitude: o reflexo de uma sociedade em ruínas.
O filme ainda abre um pequeno espaço para cutucar a indústria farmacêutica, usando uma analogia (bastante longínqua, diga-se de passagem) que faz referência ao processo de experimentos em pessoas para provar ou não a eficiência de algum medicamento. Tal manifesto fica claro logo no início, quando aparece - em letras garrafais - uma frase (supostamente) dita por Gandhi: "A raiz da violência é a ciência sem humanidade..."
Seríamos nós (humanidade) um reflexo do que Vile mostra? Os mesmos ardis e picuinhas, porém não expressos de forma tão violenta? Afinal, em qual patamar podemos colocar nossa consciência com relação àquilo que vivenciamos e deixamos de legado para o mundo?
O instinto de sobrevivência se manifesta como uma manobra rumo a uma imagem caótica de mundo, onde os valores morais são descartados e tudo o que prevalece é o egoísmo humano. Este que se torna, a cada dia, uma característica mais presente na humanidade. É como se o interesse pessoal - o famigerado egocentrismo - se sobrepusesse a qualquer virtude que a união possa manifestar. Nos imagine com amplitude: o reflexo de uma sociedade em ruínas.
O filme ainda abre um pequeno espaço para cutucar a indústria farmacêutica, usando uma analogia (bastante longínqua, diga-se de passagem) que faz referência ao processo de experimentos em pessoas para provar ou não a eficiência de algum medicamento. Tal manifesto fica claro logo no início, quando aparece - em letras garrafais - uma frase (supostamente) dita por Gandhi: "A raiz da violência é a ciência sem humanidade..."
Seríamos nós (humanidade) um reflexo do que Vile mostra? Os mesmos ardis e picuinhas, porém não expressos de forma tão violenta? Afinal, em qual patamar podemos colocar nossa consciência com relação àquilo que vivenciamos e deixamos de legado para o mundo?
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