sábado, 26 de março de 2016

Thriller Night #4: Condado Macabro (2015)

Capa do filme.
Geralmente, quando me deparo com alguma produção brasileira de terror nacional, meu primeiro instinto é ficar com aquele pé atrás. O último filme, que me lembro, ter me agradado: foi o filme independente Matadouro.

Contudo, eis que surge Condado Macabro e me deixa em completo êxtase por ver um filme deste naipe em pleno cenário brazuca. Por isso, agradeço imensamente a indicação do filme feito pela minha colega do Santo Easter Egg! (deem uma conferida no blog dela). Mas chega de lenga-lenga e vamos pro filme.

É impossível assistir Condado Macabro e não perceber a similaridade (em um tom de homenagem) aos filmes de horror dos anos 70 e 80. A percepção se torna ainda mais óbvia em momentos como, por exemplo: um diálogo entre os personagens, na qual eles citam "Rejeitados Pelo Diabo", caótico filme do cantor e cineasta Rob Zombie, que também parte dessa premissa de homenagem, e "Nekromantik", eterno clássico do cinema underground. 

Isso sem contar o personagem Jonas (anagrama do clássico personagem Jason) ou o assassino da motosserra (que lembra muito o serial-killer de "O Massacre da Serra Elétrica", de Tobe Hooper, claramente a maior inspiração do filme), mas optando por uma máscara de porco ao invés de uma humana e as diversas similares estéticas do filme com o também clássico trash "A Casa dos 1000 Corpos".

O filme parte da clichê premissa de um grupo de jovens viajando para um local aleatório, onde passarão um fim de semana (mas isso não influencia na qualidade do longa). A tensão impera do início ao fim, contando com uma trilha-sonora fantástica (que contém vários clássicos da música brega) e uma filmagem certeira, que faz de cada plano uma sensação de angústia. Até mesmo as exaustivas galhofas do personagem Beto não chegam a comprometer o longa.

Partindo de uma narrativa não-linear, o filme centra-se no interrogatória de Cangaço, palhaço que é pego em flagrante na saída da cena do crime, pelo investigador Moreira, que se exalta na sua tentativa de provar a culpa e colocar o palhaço atrás da grades, alternando entre flashbacks e a carnificina generalizada imperante no filme.
Beto tendo a cabeça cortada com batidas de porta do carro.
O filme é muito bem montado. A fluência dos atores é louvável. A maquiagem do longa é fantástica (sangue falso é o que não faltou). Isso sem contar as diversas cenas emblemáticas, como por exemplo o strip-tease de Lena, ao som do clássico do brega: "Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme", do saudoso Reginaldo Rossi.

Condado Macabro é um filme que promete se tornar um grande clássico do terror nacional com o passar dos anos. É só esperarmos o tempo passar e vermos "a profecia" se concretizar.

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