Capa do filme. |
Há algum tempo que eu venho assistindo algumas porcarias hollywoodianas e não encontrava nada de interessante, mas eis que nas 'andanças da vida' eu me deparo com este ótimo filme russo de 2010.
Usando de uma narrativa melancólica, composta de planos-sequência longos e uma ausência de diálogos - muitas vezes - inquietante, a trama se desenrola num ritmo lento, porém bastante preciso.
O enredo é bastante simples, um homem convida seu amigo para o funeral de sua esposa, recém-falecida. Como ambos pertencem ao povo Merja (antigo povo Russo), é necessário todo um aparato para ser feito um ritual para a morte da mulher.
Após conseguirem todos os artefatos necessários para o ritual, os dois homens se direcionam para uma praia deserta, onde colocam o corpo da mulher em cima de uma 'mesa' formada por bastões de madeira e queimam o corpo da mulher. Após o processo de cremação, as cinzas do cadáver são reunidas e jogadas ao mar.
A odisseia fúnebre. |
O filme dialoga com o sentido da perda atrelado à cultura Merja, que não acreditava em nenhum deus, mas venerava o amor e a água. A perda da esposa pelo marido, a perda dos traços culturais do povo Merja pelos mesmos e, por fim, a perda do passado. Tudo se interliga, impulsionada pelo clima melancólico e, por vezes, nostálgico da trama.
Ao término do filme, o diálogo final permanece com você, tal qual o filme com seus personagens: "Todo mundo vai descobrir por si só quando chegar a hora. Só o amor não tem fim."
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