segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Sem Mais Delongas #8: A delegação das responsabilidades.

(ou como a pedagogia do oprimido é opressora).


Um dos discursos que mais têm se propagado nos últimos tempos é a noção de que indivíduos são representados por grupos de pessoas com características em comum, sejam elas definidas por fatores inatos ou não. A proliferação de tais discursos resulta na animosidade que hoje presenciamos na sociedade em que vivemos, tendo eles - muitas vezes - um viés político-ideológico por trás.

A ideia de que pessoas - distintas e conscientes - possam ter suas concepções representadas por um grupo (ou movimento) é uma falha lógica. O cerne da liberdade resulta na individualidade e, sendo assim, a suposta "libertação" originária dessa "quebra de paradigmas" é que tolhe o real e magnânimo direito in natura de todo indivíduo: sua liberdade de pensar, falar e agir. Um verdadeiro acinte à qualquer tipo de aplicação lógica.

Todo indivíduo é um fim em si mesmo e, portanto, não é responsável por aquilo que um determinado grupo pensa, diz ou faz. Um indivíduo não responde por ações de um grupo e vice-versa. A negação dessa ideia é apenas um pretexto para que determinados coletivos de pessoas angariem compreensões diferentes para grupos diferentes. Sendo assim, tal separação da sociedade representa um ode à desigualdade, haja vista que a simples divisão de uma sociedade em grupos explicita a forma de tratamento direcionada à cada uma destas reuniões de pessoas.

Galgada na luta de classes Marxista, a pedagogia Freireana age como instrumento para forjar uma sociedade desmembrada e dividida, incitando o ódio entre determinados grupos com a intenção de perpetuar um status quo caótico, cada vez mais pujante e megalomaníaco. É a consumação básica da estratégia segregadora divide et impera, brilhantemente esquematizada por Sun Tzu em "A Arte da Guerra", e usada por diversas vezes no decorrer do período histórico.

Enquanto a disseminação de ideários odiosos entre os meios de comunicação e, especialmente, no meio acadêmico, prosseguir e se expandir, o direcionamento destes indivíduos se afastará cada vez mais de uma reformulação da situação vigente e haverá cada vez mais revolucionários de meia tigela,  que na prática servem à propósitos despóticos que se mostram cada vez mais suntuosos, formando uma grande massa de asseclas pedantes que parasitam em meio de conjecturas inócuas.

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