segunda-feira, 20 de julho de 2015

Sem Mais Delongas #4: Efeito Joseph Merrick

Os conceitos de beleza e feiura estão em todos os lugares, sendo, boa parte destes, incitados por uma maioria circunstancial da sociedade desde quando nascemos. Historicamente, o belo e o feio são associados a outros conceitos, ao certo e o errado, ao bel e o mal, e diversos outros. Exemplos dessa associação são encontrados em religiões, quando, por exemplo, é mostrada a figura "bela" de Cristo ao lado da "feiura" de Lúcifer.

Mas, o que de fato é a beleza e a feiura? Será possível afirmar tão categoricamente o que realmente é belo e feio? Levando para um âmbito estético, os padrões de beleza foram mudando conforme o tempo passou. Há 50 anos atrás, a beleza feminina era dada através de seios pequenos, atualmente, devido à influência dos norte-americanos, esse conceito foi mudado. Percebe-se, então, que a beleza é subjetiva, as circunstâncias em que esses conceitos são afirmados são temporais e parciais.

Enquanto o conceito de beleza se altera, a feiura continua estagnada em como é vista por essa maioria de circunstância. Há séculos que a feiura é tratada como a ovelha negra da sociedade. Existem também aqueles que afirmam existir algum tipo de beleza interior, sendo esta a compensação dos vistos como feios. Porém, assim com a beleza estética, a pouco crível beleza interior também é subjetiva. O fato é que, infelizmente, a beleza tornou-se algo necessário, enquanto a feiura tornou-se algo digno de repúdio.

Isaac Watts, em pleno século XVIII, escreveu: "pudesse eu recriar-me novamente, não te decepcionaria". Esse verso mostra como somos fomentados a aderir um conceito sem dar a devida importância ao que pensamos por nós mesmos. Um homem disposto a se recriar somente para agradar a outrem, é algo lamentável. Essa instigação faz com que deixemos de lado nossos conceitos e passemos a ser, cada vez mais, escravos da pluralidade.

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