Capa do filme. |
Entre ano e sai ano, somos mais uma vez agraciados com um filme da saga mais bem sucedida da história. Sucedendo os acontecimentos de "O despertar da Força", o episódio VIII não decepciona ao assumir a tarefa de combinar os elementos apresentados na primeira trama desta nova trilogia, dando maior substância aos personagens e incorporando-os melhor dentro do universo em que estão inseridos.
Neste sentido, "Os últimos Jedi" consegue pavimentar de maneira magistral o caminho para os próximos capítulos da franquia, construindo seu enredo sob uma atmosfera de tragédia e inquietação (incrível como praticamente nenhum plano elaborado durante o filme dá certo), suscitando curiosidade e inventividade no tratamento do longa.
Até mesmo o maniqueísmo - trabalhado à exaustão durante a história da franquia - embora ainda esteja presente neste oitavo episódio, apresenta-se aqui com elementos mais intensos, focalizando nas tensões dos dois polos deste maniqueísmo (Rey e Kylo Ren) as inseguranças de personagens ainda incompletos e em busca de uma melhor compreensão de si mesmo e, também, de seus próprios poderes.
A ruptura com o molde tradicional com que a construção das narrativas de Star Wars eram construídas é elemento significativo neste longa. Embora continue respeitando todo o arcabouço simbólico que a franquia construiu nas últimas décadas, o diretor Rian Johnson conseguiu fazê-lo de modo sensível o bastante para que as sutis representações nostálgicas apresentadas não fossem apenas fan services comerciais e sem função narrativa.
Deste modo, este oitavo episódio assume - para o bem ou para o mal - a necessidade de expansão da franquia na composição de outros universos narrativos, o que fica bem claro na exibição feita de diversos outros planetas e personagens que ainda não eram de conhecimento do público.
Todos os personagens principais possuem um espaço agradável de tela, em função das necessidades de resolução que cada um acaba por ser incumbido de cumprir dentro do contexto geral do filme. Mesmo a figura de Luke, por vezes, apresentada como um sujeito imponente e relutante, encaixa-se magistralmente com as problemáticas dispostas durante o filme, especialmente nos diálogos entre ele e Rey.
A atmosfera de aventura e tensão dentro do contexto galático da franquia continua presente, embora cada vez mais com uma roupagem mais dinâmica e corajosa. Pois não só como os Jedi e a Força, o próprio universo que gira ao entorno da franquia necessitava de uma vitalizada substancial e esta, definitivamente, foi alcançada com o oitavo episódio.
Para além dos acontecimentos do filme, evitados nesta resenha com o intuito de não propagar spoilers desnecessários, asseguro que, pessoalmente, "Os últimos Jedi" é o melhor filme de Star Wars desde que a franquia voltou à ativa em 2015. Em termos de dramatização e reviravoltas narrativas, arrisco-me a dizer que o oitavo episódio só não supera "O império contra-ataca", já colocado no status de melhor da franquia.
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