segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dedo de Prosa #2: A Centopeia Humana 3 - Sequência Final

Muita espera houve por parte dos admiradores do filme pela terceira (e última) parte da trilogia A Centopeia Humana. O filme que, inicialmente, era para ser lançado em 2013, só conseguiu ser lançado no ano de 2015. 

Porém, apesar de toda a euforia por parte dos fãs com o trailer - que anunciava a criação de uma centopeia composta por 500 pessoas - as expectativas não foram correspondidas.

Claro que, a atmosfera gore continua presente, porém, parece que ela ficou em segundo plano no enredo. A centopeia sofreu um detrimento em meio ao enredo em função do personagem megalomaníaco Bill Boss (Dieter Laser), que causa exaustão com seus gritos e surtos psicóticos a cada 5 minutos do filme.

O impacto estético e psicológico que os dois antecessores causam também é muito maior que esse terceiro filme. Tom Six, em A Centopeia Humana 3, parece ter criado um filme com um tipo de metalinguagem no roteiro, com uma tentativa pobre de criar algum tipo de ironia. Forçando a barra com ofensas xenofóbicas, racistas e religiosas.

Os personagens foram mal trabalhados. A secretária promíscua interpretada pela belíssima atriz-pornô Bree Olson, que poderia ter sido um elemento a mais na franquia, transformou-se em mais um esteriótipo tacanho de secretária frágil. O diretor da penitenciária interpretado por Dieter Laser é extremamente maçante e causa tédio até mesmo no maior fã da trilogia. O único que consegue se sobressair é Laurence R. Harvey, que encarna o contador Dwight Butler com maestria.

As atuações são fracas, o enredo é chato e o roteiro mal escrito. Os dois primeiros filmes foram taxados como "filmes ruins" devido as cenas gore, mas quem assistir aos três filmes poderá perceber que, realmente, o filme ruim é esse terceiro. Não pelas cenas gore, mas pela baixa qualidade da produção mesmo.

O Enredo:

O diretor megalomaníaco da penitenciária (Bill Boss) sente-se diminuído pelos detentos, que o desafiam constantemente. Entres indas e vindas - que duram praticamente metade do filme - que vão desde as cenas onde o diretor queima o rosto de um detento que o desafiou com água fervente; quando ele corta os testículos (à faca) de um dos detentos; quando ele quebra os ossos de um detento na maior frieza, até chegar na (que na minha opinião, é a única cena bem feita do filme) hora em que o diretor sonha com os detentos o cercando, enquanto um deles abre um buraco em sua barriga e estupra o seu rim, ejaculando lá dentro. Entre cenas e cenas, o diretor finalmente resolver ouvir a ideia "genial" de seu contator para tornar - finalmente - os detentos submissos ao diretor.

Chamando o médico do hospital e o próprio diretor do filme Tom Six (que interpreta a si mesmo), ele percebe que a ideia de Dwight é "100% correta medicamente", sendo assim, a centopeia com 500 pessoas é viável para ser realizada. Os procedimentos para a realização da mesma são praticamente os mesmos, ligação da boca com o ânus da pessoa seguinte, criando a idealização de um intestino só. Há apenas alguns incrementos propostos por Dwight, mas que de tão insignificantes, sequer vale a pena serem lembrados.

Estando finalizada a centopeia, eles (Bill e Dwight) recebem a visita do governador, que no início do filme já havia vindo ver a penitenciária e que dera um prazo de uma semana para que Bill pudesse mostrar algum resultado. Sendo assim, Bill e Dwight trafegam pela penitenciária explicando, passo a passo, a teoria maluca da coisa toda. 

Segundo eles, a centopeia trará muitos benefícios para o governador, pois irá diminuir radicalmente os gastos advindos do sistema penitenciário, que não terá mais de se preocupar com gastos como: necessidade de policiais, comida e bebida; livros, televisão e habitação; até mesmo com as cercas, que já não serão mais necessárias. Tudo o que será necessário são líquidos baratos e injeções de vitamina, para poder manter os detentos vivos. Com isso, inclusive, o índice de criminalidade cairia drasticamente, pois as pessoas evitariam cometer qualquer tipo de delito, para que não tivessem que passar pela centopeia.

Após ser apresentado a essa teoria sem noção, o governador sente ojeriza, percebendo que aquilo fere dezenas de direitos humanos. Porém, mais à frente - após ter ido embora da penitenciária - ele repensa melhor a situação. Volta para a penitenciária e parabeniza Bill, dizendo que "isso é exatamente o que a América precisa". Após isso, ele vai embora e deixa Bill, que logo após, mata Dwight, pois percebe que a ideia partiu inteiramente de Dwight. E assim, termina o filme.
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A Centopeia Humana 3 não cumpriu com os dizeres de Tom Six, que em entrevista disse: "Este terceiro filme fará o segundo parecer um filme da Disney. Nós vamos fazê-lo totalmente nos Estados Unidos e será o meu favorito. Vai aborrecer um monte de gente." Não passa nem perto de fazer o segundo parecer da Disney. Mas, de facto, aborreceu. Por ser uma bosta!

2 comentários:

  1. Nossa, tava esperando sair esse terceiro pra assistir a trilogia completa. Li muito sobre, que ia ser o melhor de todos mas pelo visto, não foi. Como quase sempre, o número 3 de trilogias decepcionando.

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    1. Pois é, mina. Mas ainda compensa assistir os dois primeiros.

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